sábado, 13 de junho de 2009

Gêneros Textuais para Ensinar na Escola

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terça-feira, 05 de maio de 2009
Formação Continuada IAS Foco IAS – Coordenadores Pedagógicos
A partir das oficinas de Alexsandra Meirelles, Jerson Olívio, Cristiana, Kátia Simone, Rose, Nilson Costa, Raimunda oliveira, Osvaldina, Cecília Batista,Antonia Dalva, e dos jovens mediadores das escolas municipais: Socorro Rocha, Edilon Santos, Marcia, Valquiria Dias, Valquiria Bory, Jamerson, Ducila Almeida ,e Maria Célia fizemos um levantamento parcial das exibições e temos o seguinte resultado: de 02 a 05 demaio, 6 vídeos diferentes foram apresentados para 6 grupos, seguidos de roda de conversa, para 65 pessoas.
Seguimos com a nossa formação continuada até 25 de junho, dia da mesa redonda e depois os videos continuarão a ser usados em nossas atividades de educação continuada: Escolhendo gêneros textuais para ensinar na escola.

momento de reflexão no encontro.

Kátia Simone, Cristina, Raimunda, Ducila e Osvaldina
Escolhendo gêneros textuais para ensinar na escola
Heloisa Amaral

O homem não faz nenhuma ação em sociedade, por mais simples que seja, sem se comunicar. As atividades humanas têm semelhanças entre si e podem ser agrupadas: áreas específicas de cada de cada um dos trabalhos que a humanidade faz, áreas das atividades cotidianas, área religiosa. A língua, vista dessa maneira, e vida, porque se transforma continuamente quando é usada nas comunicações entre as pessoas. Ao ensinar a ler e a escrever, é possível trabalhar com a língua viva, como é usada no dia-a-dia.
Esse modo de ver a língua é muito diferente do tradicional. Nos procedimentos tradicionais, a língua é tratada como uma coisa morta em partes. O aluno aprende sílabas numa época, substantivos na outra, análise sintática mais tarde. As aulas de gramática não são ligadas com as aulas de redação. As aulas de redação parecem não ter nada a ver com a aprendizagem da leitura. As capacidades de leitura são consideradas ¨naturais¨, como se, ao aprender a decifrar nas letras e as silabas, o entendimento de todo e qualquer texto estivesse garantindo. Essa divisão do ensino de língua em gramática e ortografia, redação e leitura torna as aulas estáticas e o aprendizado segmentado. O aluno não vê ligação entre as partes, é uma língua que não está em funcionamento nos momentos de comunicação. É apenas um objeto de estudo.
Ao ensinar uma diversidade de gêneros na escola, por mais simples que eles sejam (como uma receita culinária, por exemplo), todas as palavras e letras ganham significação. A leitura, a gramática, a ortografia e até mesmo a produção escrita assumem sentido porque estão ligados pelo uso. O aprendizado da língua deixa de ser fragmentado e o ensino de ortografia e gramática é associado aos procedimentos para ampliar o letramento dos alunos. Sabemos que, se o aluno não sair da escola com bom grau de letramento, não está preparado para compreender o mundo. Um bom grau de letramento é conseguido quando dominamos muitos gêneros textuais. Isso acontece porque os gêneros são representativos das áreas de atividades humanas em que são produzidos e com as quais temos que entrar em contato cotidianamente, de modo direto ou indireto.
Um bom parâmetro para ter uma idéia de como temos que lidar com muitas áreas de atividades humanas todos os dias, de uma maneira ou de outra, é a programação de televisão (que é uma ampla área de atividade humana), com qual nós e nossos alunos temos contato muitas horas por dia. Essa programação pode ser usada como um ¨painel¨ para observarmos quanto precisamos nos apropriar de diferentes gêneros para compreendermos o que é transmitido e sermos críticos em relação às idéias que nela circulam. As ver a noticia de uma manifestação pública contra um chefe de estado, por exemplo, não basta que o aluno grave na memória quem participou dela, onde aconteceu. É preciso que ele entenda as ligações que esse acontecimento tem com a política internacional, com a vida em sociedade. Ser letrado, então, não é somente ser capaz de decifrar um bom número de textos orais ou escritos, é a capacidade de compreender as informações que esses textos trazem e de fazer relações entre elas.
Então, podemos dizer que precisamos de um alto grau de letramento para assistir televisão com proveito. Isso acontece porque, embora transmitidos oralmente, os gêneros que dão origem aos programas de TV são preparados anteriormente por escrito. Todos os programas têm um roteiro escrito como base. Muitas vezes são inspirados em livros de todos os tipos, ou em leis, ou em gêneros médicos, ou em receitas culinárias, ou em artigos esportivos e regras de jogo, outras vezes reproduzem os gêneros que circulam em jornais impressos. Ou seja, a escrita fundamenta todos os programas de televisão.
Os exemplos acima mostram como as áreas de atividades humana e suas linguagens se interpretam e como os gêneros textuais próprios de cada uma delas podem circular também em outras áreas, pelo fato dos homens viverem em sociedade e circularem por diferentes áreas de produção de linguagens, ¨carregando ¨ os gêneros para lá e para cá, para servirem às suas necessidades de comunicação.
Com o exemplo da necessidade de alto grau de letramento para ver televisão, podemos avaliar quanto precisa ser alto o grau de letramento para que possamos exercer plenamente nossa cidadania.
Os gêneros textuais e o ensino da língua
Se os gêneros textuais são tão importante para o letramento e para a cidadania, mas são em número infinito, quais devemos escolher para incluir no currículo escolar? A primeira reflexão que precisamos dizer é que muitos deles não precisam ser ensinados na escola e outros precisam ser ensinados na escola.
Os gêneros cotidianos como os da área familiar, por exemplo, não precisam ser ensinados de forma sistemática. São aprendidos no uso, com a interação com adultos que os dominam. Então nesse caso as formulas de gentileza como dizer bom dia, obrigado, como vai, etc., que os pais costumam ensinar aos filhos. Já os gêneros das áreas mais especializados, como a literária, ou a jornalista, precisam de ensino sistematizado.
De um modo geral, em situações de comunicação informais, cotidianas, usamos gêneros que não precisam de muito planejamento para ocorrer. Esses gêneros são os que chamamos de gêneros primários e não precisam de ensino escolar para que os alunos aprendam.
Como exemplos de áreas de atividade humana mais especializadas, que produzem gêneros que precisam de planejamento para existir, podemos citar a área de produção literária, a área jornalística, a área jurídica, a área cientifica, medica, a publicitária, etc. Os gêneros mais formais dessas áreas de atividades humana são chamados de gêneros secundários.


São áreas de atividade humana que produzem gêneros que a escola precisa ensinar:

1. Área literária
O domínio dos gêneros literários é muito importante porque eles dão ao aluno conhecimento de mundo de forma agradável e ao mesmo tempo profunda. Na área literária, embora os gêneros sejam muitos e diversos, vamos encontrar situações de comunicação e de produção de linguagem semelhantes: escritores produzindo textos com a finalidade de encontrar, divertir ou fazer pensar seus leitores. São gêneros literários os contos dos mais diversos tipos, os romances, as crônicas, os poemas, as memórias, por exemplo. A escola básica ensina esses gêneros há muito tempo, embora não use, em geral, a metodologia da seqüência didática.

2. Área Jornalística
Os gêneros jornalísticos são imprescindíveis para o letramento. Nessa área, as comunicações humanas são muito abrangentes, unindo, de certa forma, pessoas dos mais diferentes países e regiões, possibilitando uma visão ampla do mundo. Nessa área, encontramos gêneros como noticias, reportagens, artigos de opinião, crônicas jornalísticas, editoriais, entrevistas, debates de muitos outros. Os gêneros da área jornalística são ensinados nas escolas com bastante freqüência nas últimas décadas, porque se acredita que pessoas que pessoas desinformadas não têm condição de exercer plenamente sua cidadania.

3.Área jurídica
Os gêneros dessa área são muito relevantes à vida social. Nela, vamos encontrar promotores, juizes, advogados, escrivães, produzindo gêneros como contratos, peças de defesa para tribunais, artigos de lei, etc., que permitem às pessoas regularem seus atos como cidadãos e seus negócios. As pessoas comuns estão o tempo todo assinando contratos jurídicos, como os de aluguel ou de financiamento para compra de eletrodomésticos. Muitas vezes estudamos gêneros jurídicos com os alunos. É o caso do estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente e do estudo de contratos. Estudando gêneros jurídico, os alunos podem compreender melhor seus direitos e lutar por eles.

4. Área publicitária
Gêneros dessa área vêm freqüentando há algum tempo os manuais escolares. Seu estudo é importante para a formação do espírito critico, da reflexão sobre o consumismo que aliena as pessoas, para a defesa do consumidor.

5. Área cientifica

alunos pesquisando mural da escola Gêneros textuais provinientes da área cientifica são indispensáveis na escola. Alias, podemos dizer que a escola existe há muito tempo porque sempre foi consenso de que tanto eles como os gêneros necessitam muito trabvalho de ensino para que os alunos os aprendam. Para lê-los e estudá-los com proveito, os alunos precisam desenvolver capacidades de leitura especiais, já qjue esses são gêneros produzidos juntamente com pesquisas cientificas muito elaboradas, o que pode torná-los distantes demais do aluno. Estão nesse caso os enunciados de problemas, os textos de ciência, de história, de geografia. Os professores dessas áreas precisam conscientizar-se de que sem sua participação no ensino de leitura dos gêneros específicos, os alunos pouco irão aprender em suas disciplinas.

6. Outras áreas
Há esferas em novas atividades humanas e novos gêneros se impõem pela abrangência e amplidão que seu uso tem. Uma dessas esferas de atividade novas, a Internet, por exemplo, trouxe gêneros como o blog, o e-mail ou a linguagem abreviada usada nas salas de bate-papo. É importante refletir sobre o uso dos gêneros da Internet na escola, uma vez que adolescentes e até mesmo crianças usam esses gêneros cotidianamente. Uma outra área importante é a área médica. Conhecer seus gêneros, como bulas e receitas, ou mesmo artigos médicos sobre doenças transmissíveis é importante para a defesa da saúde.
Poderíamos continuar a nomear gêneros e esferas sem encontrar um fim para isso porque enquanto houver novas esferas de atividade humana, novos gêneros estão nascendo. O importante desta reflexão, porém, é que o professor se conscientize de que é preciso diversificar o ensino de gêneros textuais na escola para ampliar as capacidades de leitura e escrita de seus alunos. Dominar diversos gêneros dessas importantes esferas que comentamos permite que o aluno se comunique com elas com facilidade.
Assim, quanto mais gêneros estudarmos com eles, muitas estaremos contribuindo para que seu grau de letramento se amplie e mais estaremos contribuindo para que eles sejam cidadãos mais conscientes e atuantes.
Planejando o Ensino da Língua
A orientação para o trabalho de ensino de língua a partir do uso de diferentes gêneros textuais no ensino fundamental é relativamente recente. Embora as pesquisas nessa área sejam anteriores, é com os PCNs de Língua Portuguesa que essa proposta de trabalho começa a circular em âmbito nacional. De acordo com as orientações dos PCNs, os diferentes gêneros textuais devem ser trabalhados no ensino fundamental, desde as séries iniciais.
No Brasil, desde meados da década de 90, circulam artigos, teses, livros e materiais didáticos inspirados nessa abordagem. Essa produções procuram explorar diferentes aspectos do trabalho com gêneros textuais. Um desses aspectos estudados é a progressão curricular em espiral dos gêneros n o ensino de lingua, que procura responder a uma pergunta que se repete entre os professores: quais os gêneros mais adequados para cada serie o ensino fundamental.
As propostas de progressão curricular resultantes desses estudos têm como parâmetro, em geral, um quadro publicado no artigo Gêneros e progressão em expressão oral e escrita: elementos para reflexões para uma experiência suíça, descrito por Joaquim Dolz e Bernard Schneuwily em 1996. Nele, os autores propõem agrupamentos de gêneros Narrar, Expor, Argumentar, Instruir e Relatar, organizados pelas semelhanças que as situações de produção dos gêneros de cada um dos agrupamentos possuem.




AGRUPAMENTO DDE GÊNEROS
DOMINIOS DDE COMUNICAÇÃO ASPECTOS TIPOLOGICOS
EXEMPLOS DE GÊNEROS ORAIS E ESCITOS

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