sábado, 13 de junho de 2009

Usando o Rádio na Escola

PREFEITURA MUNICIAPAL DE ALTAMIRA
SECRETARIA
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE EDUCAÇÃO RURAL E RIBEIRINHA







TEMA: USANDO O RÁDIO NA ESCOLA, Como Instrumento de Cidadania: Uma Análise do Discurso da Criança Envolvida no Processo.



Prof. Nilson Costa Lima










ALTAMIRA – PARÁ
2009



SUMÁRIO

1 . Apresentação............................................................................7
1 . 1 Resumo.................................................................................10
1 . 2 Introdução.............................................................................13
1 . 3 O uso do rádio na Escola......................................................17
1 . 4 Quadro do Entrevistador.......................................................19
1 . 5 Considerações Finais........................................................... 25
1 . 6 Referências Bibliográficas.....................................................33



PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTAMIRA
SECRETARIA MUNICIPAL DDE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE EDUCAÇÃO RURAL E RIBEIRINHA





USANDO O RÁDIO NA ESCOLA COMO INSTRUMENTO DE CIDADANIA

Nilson Costa Lima


Resumo
O presente Projeto Usando o Rádio na Escola visa levar à reflexão sobre a importância do Rádio na educação, considerando a avaliação dos principais atores de um projeto implementado no município de Altamira, agora no ano 2009, demonstrando a visão da criança sobre o rádio quando ela mesma está envolvida no processo de criação e produção da mensagem radiofônica. A discussão proposta fundamenta-se numa revisão de conceitos que envolvem a temática, desde comunicação, rádio e cidadania, até os elementos da análise de discurso. A pesquisa realizada possibilitou-nos reconhecer na fala da criança a imagem que construiu de si mesma como ser participante e feliz, a imagem que construiu do Projeto Usando o Rádio na Escola com,o veiculo indispensável para sua socialização participativa.
Palavras-chave: Rádio, Escola, Comunicação e Discurso.



Introdução
O Rádio, desde seu aparecimento, tem se constituído, de fato, como um veiculo de massa, não apenas pela sua abrangência e capacidade de atingir grandes públicos, mas também pelas facilidades que seu formato proporciona na veiculação de informações, qualidade que não podia ser encontrada no impresso, restrito a uma elite alfabetizada das sociedades. Para ARAYA E SIERRA (1999, p. 15-17), o rádio na América Latina tem exercido um importante papel comunicacional por apresentar, nas últimas décadas. uma possibilidade de participação às comunidades. As características fundamentais deste veiculam podem ser resumidas à imediatez: em matéria informativa, a força do rádio é sua rápida capacidade de interagir com o público; horizontalidade: na América Latina, o rádio é o meio de comunicação massivo que mais tem quebrado a verticalidade das mensagens; aliança urbano-rural e ribeirinho: por várias comunidades, o rádio continua sendo o único meio massivo de longo alcance; local: um noticiário de rádio tem mais legitimidade e audiência quando é capaz de converter-se em um canal fluido de comunicação entre as distintas experiências da comunidade, cidade ou região determinada;lugar de encontro: a partir das experiências de participação das comunidades, iniciam-se outras dinâmicas de participação dentro das programações. O rádio se converte em um ponto de encontro das pessoas e dos grupos.
No século XXI, a educação muito além de transmitir informações, tem por desafio formar cidadãos que saibam transformar informação em conhecimentos em benefícios próprios e de sua comunidade. A Escola, que ao longo dos tempos se distanciou da vida cotidiana, busca hoje diminuir distancias e é neste sentido que o uso do rádio na educação vem contribuir, ou seja, preencher a lacuna formada entre sociedade e escola, desenvolvendo competências e habilidades (capacidade de síntese, de raciocínio, de verbalização de idéias, etc.) que viabilizem às comunidades escolares de realizar um projeto de vida e de sociedade melhor.
O presente projeto Usando o Rádio na Escola visa levar à reflexão sobre a importância do Rádio na educação, considerando a avaliação dos principais atores de um projeto intitulado ¨Usando o Rádio na Escola¨, implementado agora no município de Altamira, demonstrando a visão da criança sobre o rádio quando ela mesma está envolvida no processo de criação e produção da mensagem radiofônica. A imagem que a criança faz de si, que faz dos outros de que faz do próprio rádio, assim como a imagem que ela pensa que os ouvintes fazem dela, pode ser analisada pela construção do seu discurso naquela situação, que é estranha ao seu ambiente convencional e, por isso, reage de forma diferente, porém, mostra sua visão de mundo e a exterioriza em um texto mais elaborado com cuidado com as estruturas gramaticais e com a seleção das palavras.
A concepção básica que sustenta esta pesquisa é a de que o discurso não é neutro, a língua não é o espelho da realidade, mas sua representação. Todo texto apresenta uma carga de significação implícita a ser recuperada pelo leitor/ouvinte, por ocasião da atividade de produção de sentido diretamente vinculada a seu contexto e historicidade. KOCH (1996, p.25), a este respeito, argumenta que
(...) toda atividade lingüística seria composta por um enunciado, produzido com dada intenção, propósito, sob certas condições necessárias para o atendimento do objetivo visado e as conseqüências da realização do objeto... Cabe ao ouvinte/leitor estabelecer, entre os elementos do texto e todo o contexto, relações dos mais diversos tipos, para ser capaz de compreendê-los em seu conjunto e interpretá-los de forma adequada à situação.
Foram objetos deste estudo depoimentos transcritos de entrevistas, questionários direcionado por mim: Nilson Costa Lima, em 2008, para elaboração de um projeto de TCC de Pedagogia, assim como transcrição de programas de rádio organizados pelas crianças no Projeto Usando o Rádio na Escola. A discussão proposta fundamenta-se numa revisão de conceitos que envolvem a temática, desde comunicação, rádio e cidadania, até os elementos da análise de discurso. A pesquisa caracteriza-se também como parte integrante do projeto intitulado ¨Mídias na Educação e discursos especializados na Comunicação¨, do Programa Pós-graduação em Mídias na Educação da UFPA, coordenado pelo Profº. Ocimar Marcelo Souza de Carvalho.
O Projeto Usando o Rádio na Escola se constitui numa proposta de educação para as mídias. A familiaridade com os equipamentos próprios da comunicação radiofônica, associada os exercícios de elaboração coletiva da programação a ser veiculada, permitirá à comunidade escolar da zona rural e ribeirinha construir seu próprio discurso, transmitindo a todos o que pensa, deseja e necessita para a melhoria das relações entre a comunidade escolar e seu em torno. Assim se constitui numa prática viva da cidadania, que contribui, certamente, para a construção de uma sociedade mais justa, formada por cidadãos capazes de decidir o próprio destino. Para a análise das falas das crianças, o conhecimento das condições sociais, culturais e cognitivas contribui decisivamente para a compreensão do porque de determinada mensagem, com determinado formato. Ao elaborar um texto, a partir de um a temática, o autor se coloca, selecionando palavras e argumentos, marcando sua posição diante do tema. Portanto, a análise de tais textos deve considerar não apenas os elementos lingüísticos, mas as suas condições de produção.

(...) é preciso levar em conta, simultaneamente, a enunciação – ou seja,
o evento único e jamais repetido de produção do enunciado. Isto porque
as condições de produção (tempo, lugar, papeis representados pelos in-
terlocutores, imagens recíprocas, relações sociais, objetivos visados na
interlocução) são constitutivas do sentido do enunciado; a enunciação
vai determinar a que titulo aquilo que se diz dito (KOCH, 1984,p. 15)

Desta forma, a pesquisa utiliza fundamentos de uma teoria do discurso capaz de conciliar a análise do texto, como sistema de regras explicativas de sua organização imanente – uma abordagem interna - , com o exame da inserção contextual do texto, considerado como pretexto do contexto – uma abordagem externa (BARROS, 2002, p. 135). O uso do rádio no espaço escolar constitui-se numa modalidade que possibilita a toda comunidade escolar a oportunidade de analisar, com critérios objetivos e a partir de um contato real com um meio de comunicação, a grande quantidade de informações que se recebe diariamente dos meios massivos. O rádio na escola torna-se um elemento que, enquanto ação educativa, prioriza a auto-estima e a autovalorização dos membros da comunidade, permitindo sua expressão, através da ampliação de sua voz, tornando-os agentes e produtores culturais.
O rádio na escola reforça um modelo comunicacional horizontal, democrático e participativo, na medida em que seus agentes de transformação são sujeitos. E é na prática interativa e co-participativa do diálogo, que o rádio ocupa espaço no universo comunitário escolar e extra-escolar. No processo que envolve comunicação popular, alternativa ou comunitária, mais importante que a produção que se faz a partir do uso dos meios são as relações que os sujeitos/atores sociais estabelecem nesse processo de construção. O diálogo, o comunicar, o expressar livre de idéias, as formas de participação, a inclusão dos elementos e a valorização das identidades e culturas são elementos significativos e expressivos nesse processo.
A construção da cidadania começa pelo respeito à diversidade de opiniões, saber ouvir e saber decidir coletivamente é, portanto, condição de participação. Nas rádios escolares, a pauta é construída no coletivo e, no exercício de sua construção, a ação dialógica torna-se elemento fundamental, como afirma FREIRE (1995, p.81) ¨A relação dialógica é o seio do processo gnosiológico¨. A comunicação, o diálogo, o estar em contato com os outros, e o desenvolvimento do espírito de criticidade, é o que concede ao ser a condição de existir. As crianças envolvidas neste processo de educação para o meio e pelo meio não têm consciência clara do conceito de cidadania, mas desenvolve a partir dos exercícios, uma forte visão de justiça social e de participação para inserção no poder instituído. Na reflexão de LUCKESI ( apud KUNSCH, 1986, p. 31).
Deve-se definir a cidadania como a possibilidade plena dos direitos e o exercício dos deveres por todos os membros de uma comunidade e/ou sociedade. Isso implica a realização dos direitos civis (liberdade de pensar, liberdade de expressar-se, liberdade de ir e vir etc.) dos direitos políticos (poder de escolher e ser escolhido para a direção dos bens sociais, modernamente o direito de votar e ser votado), e, finalmente, dos direitos sociais (direito ao trabalho, à alimentação, á habitação, ao lazer etc...). Por outro lado, a cidadania implica o exercício de deveres para a realização do bem-estar de todos os outros membros da sociedade, traduzidos em trabalho, produtividade, relações igualitárias, etc. Historicamente, a cidadania assim definida, ainda não se realizou e permanece sem do um ideal dos povos.
É certamente a partir da compreensão do conceito de cidadania que se insere o debate sobre o papel do rádio nas escolas, pois, dependendo do grupo social em que está inserida e da forma como este meio de comunicação for conduzido, certamente este poderá vir a ser um elemento importante para a construção de mecanismos de libertação. E é nessa perspectiva e reflexiva que o Projeto Usando o Rádio na Escola está inserido no contexto escolar, realizando novos produtos comunicacionais, transmitindo novas idéias e conceitos com palavras inerentes ao seu contexto lingüístico..
Desta forma, a comunicação, através do uso dos meios, deve ser percebida, não do ponto de vista tradicional, nos seus usos políticos e culturais cotidianos, nem como instrumento para abrir mercados de consumidores e favorecer interesses econômicos e políticos vinculados, direta ou indiretamente, aos donos dos veículos de comunicação, mas como um instrumento de luta, de fala dos oprimidos, instrumento que capacita os cidadãos ao exercício de sua cidadania, que venha a contribuir para a transformação positiva das condições de vida políticas, econômicas e sociais das pessoas.
Nesse sentido, as rádios que se desenvolvem em ambientes escolares possuem o privilégio de produzirem mensagens e divulgá-las a partir do conhecimento sistematizado numa aprendizagem que é coletiva e continuada e que está situada muito além da mera transmissão de informações. O contexto do Projeto Usando o Rádio na Escola.
Conhecer As condições de produção das falas analisadas é fundamental neste tipo de estudo que considera a linguagem como elemento de interação social. Assim, é preciso buscar o entendimento da totalidade, ou seja, o texto não pode ser entendido isolado do seu lugar na história, embora PINTO (1999) observe que é na superfície dos textos que o analista vai encontrar as marcas sociais deixadas na produção de sentido; na análise direta dos textos podemos encontrar os indícios que levarão a compreender as características do produtor, sua formação, suas crenças, ideologias e intenções.
Desta forma, passamos a contextualizar o Projeto Usando o Rádio na Escola, no sentido de nos comunicarmos para a análise das falas das crianças. ¨Podemos considerar as condições de produção em sentido estrito e temos as circunstâncias da enunciação: é o contexto imediato. E se as consideramos em sentido amplo, as condições de produção incluem o contexto sócio-histórico, ideológico (ORLANDI, 2003, p.30)
O Projeto Usando o Rádio na Escola é uma experiência pioneira no Brasil, que propõe a inserção de pequenas emissoras de rádio nos espaços escolares, objetivando o desenvolvimento de práticas educacionais mais solidárias e de espírito colaborativo, através do uso do rádio, dando assim, uma nova significação às relações pedagógicas tradicionais, um novo estimulo às pesquisas e às trocas de experiências acadêmicas escolares e extra-escolares. O Projeto Usando o Rádio na Escola está sendo desenvolvido a partir de agora em 2009, no município de Altamira – Pará tendo como público-alvo os educadores (pais e professores) e alunos do ensino fundamental, constituindo-se numa prática viva da cidadania, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, formada por cidadãos capazes de decidir o próprio destino.
O Projeto Usando o Rádio na Escola foi entendido, portanto, como uma mídia comunitária que privilegia, em seu desenvolvimento pedagógico, o processo de construção de cidadania. Nesse sentido, evidencia-se a participação como mecanismo de transformação de crianças em cidadãos críticos e reflexivos, capazes de questionar os mitos e as crenças que, até então, estruturaram seus modos de pensar e agir. Cidadania, entendida enquanto um abrir caminhos para que haja progresso do ser humano, ¨competência humana de fazer-se sujeito, para fazer história própria e coletiva organizada¨ 9demo, 1995, p.20).
A ação dialógica constituiu-se elemento fundamental, reduzindo distâncias físicas e barreiras emocionais entre professores e alunos, alunos e alunos, professores e professores, direção e alunos, e entre funcionários, alunos e professores. Um vínculo cada vez mais dialógico passou a ocupar o ambiente escolar, permitindo que crianças desenvolvessem uma escuta reflexiva, uma fala questionadora e uma capacidade criativa de transmitir significados.
Pressupondo-se que cidadania não é algo que se adquire como uma mercadoria qualquer, mas que se constrói a partir da sensibilização, mobilização e conscientização dos seres humanos, transformando-os em sujeitos históricos cientes de suas próprias condições; a comunidade torna-se um elo fundamental para a construção e desenvolvimento do cidadão. A rádio escola com figura-se, dentão, em um projeto que propõe à comunidade escolar (professores, alunos, pais, direção, funcionários da escola, amigos da escola etc.) o uso do meio de comunicação – rádio, enquanto um acrescentador de sabor às relações pedagógicas tradicionais, um estimulador de pesquisas e trocas de experiências acadêmicas escolares e extra-escolares, um veículo facilitador do movimento de ensino-aprendizagem ampliando as formas de atuação do educador e do educando na relação pedagógica, um provedor de formas horizontais de comunicação, que valoriza e personifica seres e idéias, diminuindo distâncias físicas e aproximando os atores da comum idade escolar.
A rádio, no espaço escolar promove a participação dos cidadãos (alunos, professores, pais, funcionários etc.) e defende seus interesses à medida que denuncia e busca soluções para os problemas enfrentados pela sua comunidade.
A Fala das Crianças. A análise do discurso, no contexto deste estudo, foi utilizada com o instrumento metodológico para analisar o material selecionado, pois esta abordagem não se interessa tanto pelo que o texto diz ou mostra, ou seja, não é uma interpretação de conteúdos, mas procura evidenciar como e por que diz e mostra, ou seja que título que se diz é dito. Lembra PÊCHEUX (apud MAINGUENEAU, 2001, p. 11) que
(...) a análise de discurso não pretende se instituir como es-
pecialista da interpretação, dominando ¨o ¨ sentido dos tex-
tos, apenas pretende construir procedimentos que expo-
nham o olhar-leitor a níveis opacos à ação estratégica de
um sujeito (...) O desafio crucial é o de construir interpreta-
coes, sem jamais neutralizá-las, seja através de uma minú-
cia qualquer de um discurso sobre o discurso, seja no es-
estabilizado com pretensão universal.

Desta forma, as falas transcrita foram editadas e selecionadas como representantes do conjunto analisado. No quadro abaixo temos a representação de uma entrevista, da qual participavam duas crianças como entrevistadoras (a fala da pessoa entrevistada não se constitui objeto deste estudo).

Entrevistador 1
Boa tarde, meu nome é Andréia e estou entrevistando a Vereadora Mercês?
Entrevistador 1
Raimunda que que você ta achando da festa, que ta legal, ta chata, tam mais ou menos?

Entrevistador 1
A senhora é Odila Souza, ta dando aula do que?
Entrevistador 1
Então você educa as crianças
Entrevistador 1
Raiane ce quer perguntar alguma coisa pra ela
Entrevistador 2
Não é Denis, eu já conheço ela não preciso perguntar nada.
Entrevistador 1
Você sabia que na nossa escola tem uma rádio que a região inteira ta ouvindo?
Entrevistador 1
Qual é o período do seu trabalho?
Entrevistador 1
Obrigada, estou encerrando aqui porque se não a minha fita aqui vai acabar, muito obrigada e desculpe por alguma coisa.
Entrevistador 1
Manda uma mensagem pra todos que ta te ouvindo sobre a paz.
Entrevistador 1
Obrigada.

O primeiro aspecto relevante é a sintexe das frases, ou seja, a condição de entrevistador e de condutor do processo comunicacional, inclusive com o porte de um microfone ou gravador, determina uma postura especial, apreendida a partir do contato da criança com a mídia massiva. O mesmo procedimento se verifica das palavras e dos estereótipos trabalhados na mensagem, desde a abertura da entrevista e seu encerramento, até o uso do clichê ¨Manda uma mensagem... ¨. Cabe ressaltar, contudo, a espontaneidade da criança, intitulada entrevistador 2, quando se abstém de fazer a pergunta ao entrevistado por já conhecê-lo e o entrevistador 1 explicita o momento de terminar a entrevista pela questão técnica ¨(...) minha fita aqui vai acabar¨. Assim, os discursos das crianças no rádio e sobre podem ser estudados sob diferentes perspectivas: pelas características do veiculo, pelas características do público a que se destinam, pelas características do próprio locutor ou, ainda, pelas características do conteúdo veiculado. ¨Hoje, estamos cada vez mais convictos de que o midium não é simples ¨meio¨ de transmissão do discurso, mas que ele imprime um certo aspecto a seus conteúdos e comanda os usos que dele podemos fazer ¨.9MAINGUENEAU, 2001,p.71).
O próximo quadro traz algumas perguntas de uma outra entrevista, cujo foco era a formação escolar do entrevistado.


Entrevistador 1
É verdade que você tem pós-graduação?
Entrevistador 1
E você gosta de fazer isso?
Entrevistador 2
É, eu queria saber se precisa fazer faculdade pra ter pós-gradução?
Entrevistador 2
Pêra só um pouquinho, é faculdade do que?
Entrevistador 1
Obrigado, qual a mensagem que você dá pro aluno?
O pensamento é organizado pela posse e pelo uso da linguagem, vista como um processo, sempre em movimento e em constante reformulação, significando e ressignificando o universo de diferentes formas. Assim, a construção da mensagem seleciona recursos lexicais e sintáticos que revelam intenções e trazem informações implícitas, projetando posicionamentos do seu produtor e sua leitura do universo. Nesse sentido, a visão da criança sobre escolaridade não pressupõe um curso de pós-graduação, ou ainda, ser especialista é algo que não se aprende na escola, está reservada a alguém muito distante dela; daí a indignação e a necessidade de maiores explicações. Uma leitura mais atenta desta posição da criança já aponta indícios de sua inquietude frente ao desconhecido e sua potencialidade questionadora.
A seguir apresentamos uma síntese dos depoimentos das crianças avaliando o projeto.
Depoimento 1
É (Carlos Alberto), alegria! A gente faz o roteiro e depois fica alegre com o que fez. A gente fica satisfeito.
Depoimento 2
Eu sinto alegria também de estar apresentando o programa, como todo mundo deve estar agora.
Depoimento 3
Quando eu apresento o programa? Ah, sinto muito alegria sabe!
Depoimento 4
Gravar um programa Ruth Helena, é legal, porque tem todo mundo junto, tem os colegas e as colegas, a gente se reúne, é festa, é alegria. Ah! Tem um monte de coisa boa
Depoimento 5
Pra mim (Carlinha) o Projeto Usando o Rádio na Escola é uma coisa superlegal. È uma coisa criativa e a gente aprende as coisa rápido, eu acho superlegal. A gente aprende a mexer nas coisas, aprende a ligar o DVD, deck, gravador, rádio e televisão com controle remoto de o som. A gente aprende a gravar, a entrevistar. Enfim aprendi bastante com isso.
Depoimento 6
O projeto, ele ensina bastante.
Depoimento 7
Eu acho ( Raimundo) que é importante, porque é, uma coisa supercriatriva. Ensina as crianças entendeu? Nossa! É muito bom, pra mim é bom! É acho superlegal.

O rádio, como elemento propiciador de experiências educacionais diferenciadas, transformadoras e relevantes, pode transformar o ambiente escolar, ressignificando relações e ambientes. Neste sentido, pode-se observar que a crianças age muito espontaneamente, sem a formalidade que assume como entrevistadora, de tece um texto altamente argumentativo e avaliativo, repleto de adjetivos e de gírias próprias da sua faixa etária e do seu convivi o social.
A argumentatividade é um aspecto da análise de discurso a ser considerado nesta situação, confirmando a tese de que o discurso não é imparcial ou simplesmente descritivo, sempre lhe estão impregnadas de sentido:

A interação social por intermédio da língua caracteriza-se, fundamen-
talmente, pela argumentatividade. Como ser dotado de razão e vonta
- de, pó homem constantemente, avalia, julga, critica, isto é, forma juí-
zos de valor. Por outro lado, por meio do discurso – ação verbal dota-
- da de intencionalidade – tenta influir sobre o comportamento do ou-
- tro ou fazer com que compartilhe determinadas de suas opiniões. É
por essa razão que se pode dizer que o ato de argumentar, isto é, de
orientar o discurso no sentido de determinadas conclusões, constitui o
ato lingüístico fundamental, pois a todo e qualquer discurso subjaz
uma ideologia, na acepção mais ampla do termo (KOCH, 1995, p. 19).



A liberdade avaliativa presente no discurso da criança indica uma postura libertadora da escola que assume um projeto comunicacional em sua prática pedagógica;
Ao refletir sobre o sentido da prática educativa, vislumbra-se o rádio como um elemento potencial para a criação de uma clima positivo nas relações interpessoais, possibilitando uma ligação afetiva entre os atores envolvidos no processo de produção (locutores, técnicos, roteiristas, professores etc.). A capacidade de criar imagens, de estabelecer vínculos e desenvolver a prática dialógica em sala de aula, certamente, ressignifica o espaço escolar não apenas para os educadores, mas para educandos também.
Apresentamos a seguir um conjunto de perguntas elaboradas para um programa de entrevistas com uma ex-vereadora e naquele momento candidata à reeleição.
Abertura
Agora as alunas Cássia, Sonara, Elizabeth e o aluno Max vão entrevistar a Cleane
Entrevistador 1
Cleane como é trabalhar na Prefeitura?
Entrevistador 1
Quem começou a construção da pracinha?
Entrevistador 1
Se você ganhasse a eleição, você des..desin...Como fala?..É despoluía o rio do lado da escola?
Entrevistador 1
O seu partido é honesto ou não?
Entrevistador 1
Obrigado pela sua atenção?
Entrevistador 2
Agora teremos mais uma entrevista com a aluna Marcela
Entrevistador 3
Como você está achando a educação da zona rural?
Entrevistador 3
Obrigada
Entrevistador 1
Agora a aluna Cássia vai fazer outra entrevista com a Cleane
Entrevistador 3
Cleane, o que voc e acha do seu trabalho, ele é bom ou ruim?
Entrevistador 3
Agora o aluno Wiliams vai entrevistar a Cleane.
Entrevistador 4
Cleane aqui no projeto escola você ajudou
Entrevistador 4
Você gostaria de colocar outros projetos aqui na educação da escola
Entrevistador 4
Tem outros?
Entrevistador 4
Você gostaria de deixar uma mensagem pra zona rural?
Entrevistador 4
Obrigado pela atenção.


A abordagem da análise do discurso, especificamente no caso do discurso infantil no rádio, considera a multiplicidade das vozes do discurso, proposta por BAKHTIN (2002), que, neste contexto, deixa de ser uma abstração já que, efetivamente analisa-se um discurso unificado por seu meio de transmissão, mas para o qual poderiam contribuir diretamente diferentes sujeitos: alguns com orientações, em principio, comuns e outros com orientações eventualmente conflitantes às do primeiro. As falas das crianças deixam transparecer suas vozes de dúvidas em relação à atuação política da pessoa entrevistada, embora também transpareçam a situação de ensaio e formalidade que exige a experiência de falar no rádio, principalmente com pessoa considerada autoridade.
No caso, ora em análise, os sujeitos têm orientações comuns, são os professores orientadores na composição da matéria, os colegas envolvidos como sonoplastas e parceiros na entrevista, entre outros. Essas pessoas, que podem apresentar posturas diferentes e conceitos diferentes sobre o assunto em pauta, procuram uma sintonia, embora, em cada etapa do processo podem-se acrescentar elementos do conteúdo. O programa provavelmente é de uma reunião de pauta, onde foram discutidas as diretrizes gerais para sua execução, posteriormente discussões similares devem ter ocorrido no momento de audição em sala de aula e fora dela. Assim, o processo de produção visa unificar vozes, cujo resultado é a harmonia do conjunto que é recebido pelo ouvinte do programa.
Por outro lado, pessoas desligadas do processo institucional de produção dessas matérias também contribuem para seu conteúdo, no caso, o entrevistado contribui para a construção das perguntas e na construção da dinâmica da entrevista, embora e inexperiência infantil resulte em texto bastante fragmentado, como se o entrevistador tivesse ficado satisfeito com as respostas que recebeu, interrompendo o diálogo com frases feitas do tipo: ¨obrigado pela atenção¨.
A afirmação de SANTAELA (1995, p. 330) é pertinente para sustentar a abordagem de que toda fala traz, explicita ou implicitamente, determinados posicionamentos, como vimos nos exemplos acima analisados: ¨As linguagens não são inocentes nem inconseqüentes¨. Toda linguagem é ideológica, porque ao refletir a realidade, ela necessariamente a refrata. Há sempre, queira-se ou não, uma transfiguração, uma obliqüidade da linguagem em relação àquilo a que ela se referente¨. No contexto analisado nesta pesquisa pôde-se observar que os posicionamentos embutidos nas falas nem sempre podiam se explicitar, primeiramente devido à situação formal que se criava quando a criança era responsável pela argüição de pessoas adultas e muitas vezes distantes do seu cotidiano, depois pela própria situação de sua fala ser veiculada pelo rádio. Ressaltamos que neste estudo é primordial entender que o enunciado vai além de uma simples frase e só tem valor na medida em que é analisado considerando o contexto em que está inserido. Portanto o enunciado é um fenômeno histórico a ser observado e identificado.
Já que não existe texto neutro, sempre há interesses em torno de uma questão. Segundo PECHEUX (1975) o discurso não surge no vazio. O discurso remete à formação discursiva que o originou e que é marcada por uma ideologia ali embutida. Na origem do processo discursivo há uma formação discursiva permitindo as condições de sua de existência.
No presente projeto usando o Rádio na Escola, para entender As falas das crianças no Rádio como síntese de um posicionamento social frente à Escola, frente ao Projeto, frente ao Rádio e frente a si mesmas e a sua comunidade, foi necessário abordar questões que se referem às condições materiais de produção do discurso e a atitude pragmática na sua construção: ¨os contextos dependem da construção do sentido entre os interlocutores, do mesmo modo que os sentidos sofrem coerções dos contextos¨ (ARAÚJO, 2000, p. 140).


Considerações finais
A criança envolvida no processo de produção radiofônico-escolar está em constante relação com o ambiente sócio-cultural que a circunda, conforme se verificou ao analisar suas falas, ora relacionando-se com os colegas, ora com professores e ora com autoridade e políticos do município. Este envolvimento é capaz de transformar a criança e a sua realidade, deixando de ser apenas consumidora passiva de produtos culturais elaborados pelo mercado massivo, incluindo-a socialmente pelo seu potencial produtivo, como sujeito que pensa, reflete, interfere, vivencia e divulga, através de suas prorpias produções, usando o rádio como meio potencializador de suas ações.
O rádio, como esse elemento potencializador, inserido no processo ensino-aprendizagem pode contribuir sendo uma porta de entrada ao conhecimento de novos estilos, formados, linguagens, histórias de vida e tudo o mais que a criatividade na diversidade permitir.
A análise do discurso possibilitou-nos reconhecer na fala da criança a imagem que construiu de si mesma como se participante e feliz; a imagem que constituiu do Projeto Usando o Rádio na Escola e do próprio rádio como veiculo indispensável para sua socialização participativa. Da mesma forma, a autonomia ao elaborar e conduzir a produção dos programas radiofônicos era entendida como crédito na sua capacidade, ou seja, a visão que os outros fazem desta pessoa era muito positiva e ela jamais decepcionaria.
Embora as falas analisadas sejam muito pontuais e recortadas, foi possível entender que a criança se reveste dos estereótipos sociais ao falar no rádio, mas não se anula, de forma que seu posicionamento pôde ser desvelado em várias situações
O uso do rádio no espaço escolar constitui-se numa modalidade que possibilita a toda a comunidade escolar a oportunidade de analisar, com critérios objetivos e a partir de um contato real com um meio de comunicação, a grande quantidade de informações que se recebe diariamente dos meios massivos.
A educação pode, através das emissoras de rádio escolares, contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades ( capacidade de síntese, de verbalização de idéias, etc) que viabilizem as comunidades escolares condições de realizar um projeto de vida e de sociedade melhor.
As práticas radiofônicas se juntarão as práticas pedagógicas e serão desenvolvidas nas escolas da zona rural e ribeirinha, em Altamira, e demais experiências correlatas que vêm sendo desenvolvidas no país inteiro, renovam e reestruturam o sentido e a história de vida de cada participante da comunidade escolar, estabelecendo uma constante relação com o ambiente sócio-cultural que circunda crianças e escola, promovendo a inclusão social desse sujeito que o permite e permitirá interferir os rumos de sua comunidade próxima e deste país.

A Escola como espaço de mediação da cidadania

Nos últimos anos, temos observado que a educação é convocada a ocupar papel relevante nas agendas governamentais, devido, sobretudo, às rápidas e profundas mudanças que vêm ocorrendo no mundo, em decorrência dos impactos produzidos pelos avanços da ciência e da tecnologia, isto é, das novas invenções como a robótica, a computação, a biotecnologia e a automação industrial, que requerem a formação de um novo tipo de profissional.
A virada do século está marcada por exigências que demandam a efetiva contribuição da educação, sobretudo quando defendemos a formação individual autônomos, críticos, criativos, capazes de assumir a sua condição de sujeitos de direitos. Por conseguinte, uma educação para a cidadania.
É nessa perspectiva que situamos o importante papel da escola como um espaço privilegiado de educação formal, na medida em que ela seja capaz de oferecer um ensino de qualidade e tenha, em seu projeto político-pedagógico, a preocupação com o desenvolvimento pleno das potencialidades do individuo, valorizando a dimensão do trabalho, do lazer e das artes. Um espaço, portanto, de formação e exercício da cidadania, da prática da participação e da construção da democracia.
Isso porque a tarefa de qualificar as novas gerações para a sociedade da informação ou do conhecimento, de forma vinculada ao exerci cio pleno de sua cidadania, requer a urgente reconstrução de sua forma de ser, tornando-a um espaço viv o e prazeroso, em que a prática da criatividade, do senso crítico, da participação, seja uma constante em seu cotidiano.






Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Inesita – A Reconversão do Olhar, São Leopoldo, Ed. Unisinos, 2000
ARAYA BARBOZA, Marco Túlio Y SIERRA MEJÍA, Alberto. El Corresponsales comunitários. San José, Costa Rica: Rádio Nedeland, 1999.
BAKHTIN, Mikhail, Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Huctec e Anna Blume, 2002.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria do discurso: fundamentos semióticos. 3ª Ed. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001
DEMO, Pedro Cidadania tutelada e cidadania assistida. Campinas, SP: Autores Assoc iados, 1995, FREIRE, Paulo. A sombra desta mangueira. São Paulo: D’ Água, 1995.
KUNSCH, Margarida M. Krohling. Comunicação e educação caminhos cruzados. São Paulo: Loyola, 1986.
KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Cortez, 1984,
KOCH, Ingdore Vilhança. A Inter-ação Pela Linguagem. São Paulo. Contexto, 1996
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos 5ª Ed. Campinas. SP: Pontes, 2003.
PÊCHEUX , Michel. Aanálise do Discurso. Paris; Larousse, 1975.
PINTO, Milton José. Comunicação e Discurso. São Paulo: Hacker Editores, 1999.
SANTAELLA, L. Produção de linguagem e ideologia. São Paulo: Cortez, 1996.
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Dados do autor: Nilson Costa Lima
* SemInário Superior de Teologia e Filosofia = SESUTF/MT
Faculdade Pan Americana – FPA/PA (Pedagogo)
Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA – CE (Historiador)
Universidade Federal do Pará - UFPA/PA ( Cursando: Pós-Graduação Mídias na Educação)







COODERNAÇÃO PEDAGÓGICA DE EDUCAÇÃO RURAL E RIBEIRINHA-ALTAMIRA


¨Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é o de assumir esse país democraticamente.

Paulo Freire




DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, CMDCA, como espaços de reflexão de temáticas que se acham diretamente ligadas ao cotidiano da ação educativa escolar, devem ter, entre seus compromissos, a abordagem de questões relativas aos Direitos Humanos. Isso se justifica pelo fato de que, hoje, essas questões ocupam lugar importante tanto nas agendas políticas municipais, regionais, nacionais e internacionais, como em organismos de alcance mundial.
Por causa da relevância dos Direitos Humanos para a educação, torna-se necessário que o Conselho Municipal dos Direitos da criança e do Adolescente: CMDCA, conheçam a trajetória de sua construção no fazer histórico do homem, entendendo como os mesmos foram se configurando até o presente momento e sendo capazes de reconhecer que a garantia de sua aplicação se impõe como uma condição básica para que as comunidades, sociedades e nações estejam situadas no campo das novas democracias.
O processo de democratização a que hoje assistimos na maioria dos países que, na sua história recente, foram marcados por regimes autoritários, abre espaços não apenas para a afirmação de direitos, como também assume publicamente a pretensão de reparar as violações de Direitos Humanos cometidas nos anos de autoritarismos que aconteceram no Brasil e no conjunto dos países da América Latina, assim como as violações cometidas ao longo da história do país, legitimadas pelo cultura escravocrata, machista e patriarcal, que atingem principalmente as crianças, adolescentes, negras, indígenas e as mulheres.
Esse avanço se observa em Altamira, Pará e no Brasil, especialmente a partir da última década, a medida que governos de tradição democrática se tornaram signatários dos pactos municipais, nacionais e internacionais de Direitos Humanos. Pretende-se que os Direitos Humanos deixem de ser uma questão de governo e passem a ser uma questão de Estado.
Assim, educação e Direitos Humanos possuem uma íntima e estreita relação, cabendo aos Conselheiros Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, serem agentes motivadores de sua reflexão, difusão e implementação nas práticas educativas escolares, sociais e culturais.
A conquista desses direitos foi o resultado da organização social e das lutas travadas pelas melhorias das condições de vida de parte da sociedade. Essas lutas devem ser iniciativa de toda a sociedade e devem buscar melhorias para todas as pessoas.

Profº. Nilson Costa Lima
CMDCA
















PROFESSOR: NILSON COSTA LIMA
PROJETO: USANDO O RÁDIO NA ESCOLA
COORDENAÇÃO PEDAGOGICA ZONA RURAL E RIBEIRINHA
PROMQ


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USANDO O RÁDIO NA ESCOLA
Terça-feira, 28 de abrilde 2009
REUNIÃO...
A equipe técnica do projeto esteve reunida na última quinta-feira (23/05/09) no ramal Monte Santo na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Pedro e definindo algumas questões, dentre as quais a programação dos recreios que reiniciam nesta semana... E ainda a Iª Feira de Ciência dos de série inicial a 4ª séries que será no próximo sábado (01/09/2009.
Sábado,23 de MAIO de 2009
MURAL DE RECADOS...
Olá... Passei por aqui e acheinilson_costa_lima@yahoo.com: maneiroTexto: maneiroFotos: maneirasProjeto: maneiro: Usando o Rádio na Escola

fui...Williams- aluno da 4ª série da Escola São Pedro
Quarta-feira, 20 de MAIO de 2009
BREVE HISTÓRICO
O Projeto Usando o Rádio na Escola surgiu no ano de 2007, foi idealizado por mim Nilson Costa Lima (na época fazia o último semestre de Pedagogia) a partir da Feira Cultural Cientifica, onde os alunos foram beneficiados com uma programação de entretenimento e informação para todos os gêneros.
Em 2008, o projeto ganhou forças a partir da participação da coordenação no 4º Festival Folclórico para Crianças e Adolescentes que aconteceu no Cas da cidade de Altamira e é considerado o maior evento de discussões sobre o Folclórico infanto-juvenil da Região do Xingu. No mesmo ano uma parceria foi firmada com a Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA para execução da votação nas escolas estaduais como projeto piloto. Neste ano muitos trabalhos foram feitos para que a marca do projeto pudesse ser divulgada e conhecida.
No ano de 2009, o projeto ganhou apoio da Secretaria Municipal de Educação, Desporto e Cultura e da Coordenação Pedagógica de Educação Rural e Ribeirinha que contribuiu financeiramente para a compra dos equipamentos de rádio/estúdio e de diversos materiais de divulgação para o projeto. No mesmo ano então deu inicio no trabalho de produção e veiculação do programa de Usando rádio em sala de aula com duração de 30 minutos onde os professores recebiam uma cartilha pedagógica para acompanharem os temas a serem discutidos nos programas. O Projeto se fez presente no I Encontro Vozes Jovens no Bairro de Brasília que foi realizado pela turma de História da UVA com o apoio da Prefeitura Municipal de Altamira e recebeu incentivo da Vereadora Mercês Costa por meio da Câmera Municipal que acompanhou o desenvolvimento de todo o trabalho ao longo do ano.

Em 2009, o projeto recebeu convite da Coordenação Pedagógica Geral da Zona Rural de Educação da SEMEC/Altamira e expandiu para mais 10 escolas da Rede Municipal de Ensino em Altamira, foram as escolas: Santa Teresinha, Fernando Guilhon, São Luiz, Joelina Pedrosa, São Raimundo, Santa Maria, Cajueiro, Cajituba, Lages do Xingu e Piranhaquara, que tiveram a oportunidade de participar desta rede de veiculação do programa de rádio em sala de aula.
Texto e Fotos: Arquivo do Projeto
2008
Equipe Técnica do Projeto - Ano 2008

Equipe: Usando o Rádio na Escola 2009
COORDENAÇÃO:Prof. Nilson Costa LimaOPERAÇÃO DE ÁUDIO:WlliamsMaxCássia RaimundoPRODUÇÃO:RayaneDenisCarlos AlbertoCarlinhaCleaneLOCUÇÃO:AlbertoJoão Carlos

PROGRAMAÇÃO DOS RECREIOS
Segunda do LançamentoTerça do Pop/RockQuarta da Cultura e da FéQuinta do Forró/CalipsoSexta Love

MÚSICAS MAIS TOCADAS NAS RÁDIOS DO BRASIL
Deixo - Ivete Sangalo
De blusinha branca - Papas da Língua
Deixa isso pra lá - Lulu Santos
Pensando em Você - Pimentas do Reino
Razões e Emoções - NXZero

ACESSE
Rádio Rural de Altamira - AM
* Projeto Usando o Rádio na Escola
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente: CMDCA
Fundo das Nações Unidas para Infância - UNICEF

OUTRAS NOTÍCIAS
Agosto (4)

PARCERIAS
Projeto: Usando o Rádio na EscolaRádio Rural de Altamira - ParáSecretaria municipal de Educação, Desporto e Cultura - SEMECCoordenação Pedagógica de Educação Rural e Ribeirinha

Todos os direitos estão reservados ao Projeto Usando o Rádio na EscolaFotos: Arquivo do Projeto -

3 comentários:

  1. professor este Blog ficou muito legal para informação dos educadores no Pará e até mesmo no Brasil. Abraço

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  2. Este Blogger ficou beleza!!! para os educadores Brasileiros e paraenses.

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  3. olá professor nilson costa lima ,
    estou lendo seu blog e de imediato percebi um artigo que havia lido recentemente sobre o rádio na escola como nstrumento de cidadania:uma analise do discurso da criança envolvida no processo de autoria das professoras elizabeth moraes gonçalves e de adriana barroso de azevedo , não seria importante mencionar créditos para elas , afinal de contas existe uma lei de direitos autorais, concorda ??

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